quarta-feira, 26 de agosto de 2015

#Crônica04 - Carina



Um bar no centro da cidade. Uma mulher alta, branca e de cabelos negros presos em um coque, tomava um Martini Rosato numa daquelas taças que parecem um cone achatado. Usava um vestido vermelho, unhas pintadas de um rubro forte e o batom mais escuro e misterioso da noite, deixando-se parecer uma dançarina de tango abandonada, mas nada melancólica. Se chamava Carina.
Ela presenciou tudo.
Um casal chegou ao bar e acomodou-se em uma mesa como as outras pessoas. Após dar um beijo leve no rosto da namorada, o rapaz levantou-se e foi até o balcão com a desculpa de pegar algo para beber. Que nada.
─ Olá, moça ─ falou, certificando-se de que a namorada estava ocupada retocando a maquiagem ou tirando algumas selfies. ─ Tudo bem?
Carina tomou um gole do Martini. Ela virou-se para ele e sorriu. Apenas. E voltou à posição anterior.
─ Hmm... ─ murmurou o rapaz, alisando a barba mal-feita. ─ Garota misteriosa, não é? Tome meu telefone ─ disse, anotando rapidamente os números num dos blocos de papel branco dispostos pelo balcão de granito. ─ Me chamo Rafael. Me mande uma mensagem, depois... Garçom! ─ chamou.
O garçom deixou o copo que enxugava na pia e caminhou, por dentro do balcão, na direção de Rafael.
─ Pois não, senhor?
─ Boa noite. Traga-me duas cervejas bem geladas para aquela mesa, certo? ─ disse, apontando para a namorada, que já sorria para ele.
─ Anotado. Um instante.
─ Obrigado ─ agradeceu, e o garçom saiu.
Rafael sorriu para Carina de relance e voltou para mesa.
Pouco depois, outro casal chega ao bar, se acomoda numa mesa do lado oposto à mesa de Rafael. Júlia, sua namorada, já fica logo nervosa.
─ O que houve, amor? ─ o rapaz perguntou.
─ Nada... ─ ela mentiu.
Na verdade, o rapaz do casal que chegou depois deles havia feito algo que marcara o psicológico de Júlia de maneira assombrosa, algo que ela nunca teve coragem de contar a ninguém. Ela era o tipo de garota que guardava aquela mágoa por tanto tempo, que ainda chorava escondida nos cantos, que ainda achava que corria perigo. E quando ela viu os dois chegarem, percebeu que já não era mais só ela que corria perigo.
─ Como nada, Ju? ─ contestou Rafael, incomodado. ─ Você sabe que eu percebo tudo... Me fala, bebê... ─ nisso, ele já pegava a mão trêmula da garota.
De olhos fechados e coração acelerado, ela deu um suspiro e falou:
─ Aquele cara que chegou com aquela moça... Ele... Ele me estuprou.
Rafael gelou.
─ O QUÊ?!?! ─ ele gritou alto.
Nem esperou a namorada se explicar, levantou-se e foi em direção ao recém-chegado casal. O garçom já vinha saindo do balcão e viu o que aconteceu: Rafael agarrando o estuprador pelo pescoço, arrancando-o da cadeira e o jogando no chão do bar.
Depois de quase trinta segundos esmurrando o rosto do até então desconhecido, Rafael pegou a cadeira mais próxima e quebrou no peito do outro rapaz, que estava deitado de costas para o chão, já sangrando.
As duas garotas ─ Júlia e a namorada do suposto estuprador ─ estavam pasmas. Era como se dentro de Rafael houvesse um vulcão adormecido com uma alavanca que, se acionada, o faria jorrar tanta lava que seria capaz de cobrir todo um continente.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Parceiro Novo!

Para um blogueiro, um novo parceiro sempre é uma, além de uma surpresa ilustre, um privilégio amável. E é com todo orgulho que anunciamos, nesta sexta-feira, nosso terceiro autor parceiro: Anderson Martins Moura!


Anderson Martins Moura nasceu em 1992, em Fortaleza, Ceará. O Nono e a Raposa Mestiça é seu primeiro trabalho, publicado em 2015 pela Chiado Editora. E já está escrevendo uma continuação para a série: O Nono e o Domador do Tempo.


Sinopse - O Nono e a Raposa Mestiça - Júbilo, um povoado protegido e invisível aos olhos da humanidade. Onde a paz reinava, até que um dia encontrou-se maldade e ganancia no coração de um dos guardiões. Mateus toma posição e recruta oito jovens...
... Artur sempre viveu com seus pais na terra, uma família normal aparentemente. Mas tudo muda quando descobre quem realmente é.

Embarque nessa história e junto de Artur desvenda os mistérios deste mundo oculto.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

#Crônica03 - Ser Fio ou Ser Linha?

Fio ou linha? Na verdade, o que seria cada um? Ah, sei lá... Uma linha é um traço reto, imutável, irremovível, inalterável em certos casos. Há uma certa continuidade em linhas, porém sempre haverá um limite, um final, um ponto em que já não mais será possível escrever, falar, cantar...
Um fio... Há vantagens em ser um fio, sabe? Elasticidade, capacidade de se moldar, de assumir várias formas e sem limite algum. Mas por que ser um fio? Tudo bem que estaria livre, podendo me enrolar em tudo... Ah! Aí está meu porém: enrolar.
Uma linha não se enrola. Ela é reta, tem seus desígnios próprios pré-estabelecidos, sua função clara é organizar tudo de forma compreensível. E é claro que isso é bom.
Um fio, não. Nossa, há liberdade para ser o que quiser. Isso é realmente incrível! Mas um fio às vezes se enrosca de tal maneira nas coisas que acaba transformando tudo num belo embaraço, uma verdadeira bagunça.
Há “pessoas-linha” e “pessoas-fio”. Por quê? Bom, não sei exatamente o porquê de escolherem ser assim.
É tão chato ser uma linha, reta e limitada. Estar sempre parada e recheada de palavras, que, muitas vezes, nem são tão confortáveis de carregar nas costas.
É tão estranho ser um fio. Mudar de forma, tamanho, espessura, cor... Isso é cansativo, perturbante, assustador... E muitas vezes as pessoas se aproveitam da flexibilidade do fio, querendo moldá-lo para ser o que elas quiserem, não ele.
Mas minha dúvida ainda paira: linha ou fio?
Não quero me dividir e fazer a escolha errada. Ué, quem chega longe só com escolhas certas? Na verdade, sempre há uma terceira alternativa depois da “certa” e da “errada”: a consciente.
Posso me manter como um fio-linha e ser limitado e flexível, como qualquer bom ser humano que age por si mesmo espontaneamente. Talvez até carregue palavras mais bonitas às costas ou assuma formas interessantes no mundo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

#review09 - "Em Algum Lugar do Paraíso", de Luís Fernando Veríssimo

Vero... Veríssimo!


Sinopse - Em algum lugar do Paraíso - Neste livro, o leitor irá se deparar com situações inusitadas e questionamentos atemporais que permeiam a experiência humana. Nas 41 crônicas selecionadas entre 350 para 'Em algum lugar do paraíso', todas inéditas em livro e escritas ao longo dos últimos cinco anos, Luís Fernando Veríssimo fala sobre a vida, a morte, o tempo, o amor, sempre com um ar nostálgico e repleto de reflexões acerca das escolhas feitas ao longo da existência. Em algum lugar do paraíso é um livro cheio de personagens idiossincráticos e ao mesmo tempo comuns - o papai-noel de shopping, o maître de um restaurante falido, o aposentado, a caçadora de viúvos, casais de longa data, recém-casados, casais que se separam e o solteiro sedutor. Todos possuem as mesmas inquietações, tão comuns a todo mundo.

Finalmente concluí minha meta de leitura para as férias, e antes que as aulas começassem. Isso é maravilhoso! #FériasdeEscritor foi um dos melhores períodos na minha vida de leitor/escritor. Para quem não sabe, concluí minha coletânea de contos de Dark Fantasy, selecionei parceiros para o livro Magos da Música e ainda tive tempo de postar aqui (risos). Agora, para fechar com bom humor e descontração essas férias mais que merecidas, terminei de ler o livro de um dos autores nacionais que mais admiro: Luís Fernando Veríssimo.
O livro Em Algum Lugar do Paraíso foi publicado pela editora Objetiva em 2011 e conta com 41 crônicas de um dos maiores nomes da literatura brasileira. Veríssimo nos apresenta um humor excepcional em relatos do que realmente aconteceria conosco no cotidiano.
O título dá-se por conta da primeira crônica, de mesmo nome, que relata os primeiros seres humanos da criação descobrindo, depois do fruto proibido, o tempo, o sexo e o próprio corpo. Claro, de uma maneira filosófica e engraçada ao mesmo tempo.
Há várias outras crônicas que, como sempre, não tem como eu colocar aqui, mas fica essa superdica: leiam as obras desse cara, não vão se arrepender.
Esse é o segundo livro dele que leio. O primeiro foi Os Últimos Quartetos de Beethoven e Outros Contos, lançado pela mesma editora em 2013, que, como o título já diz, nos apresenta contos, histórias curtas e de épocas distintas, e com o mesmo teor humorístico, uma característica própria do autor.
Espero que gostem, se procurarem ler, e que continuem acompanhando o blog. Obrigado pela atenção!

Autor - Luis Fernando Verissimo (Porto Alegre, 26 de setembro de 1936) é um escritor brasileiro. Mais conhecido por suas crônicas e textos de humor, publicados diariamente em vários jornais brasileiros, Verissimo é também cartunista e tradutor, além de roteirista de televisão, autor de teatro e romancista bissexto. Já foi publicitário e copy desk de jornal. É ainda músico, tendo tocado saxofone em alguns conjuntos. Com mais de 60 títulos publicados, é um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos. É filho do também escritor Érico Veríssimo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Inauguração da Ler Livraria do North Shopping Jóquei











Em Fortaleza, o número de leitores tem aumentado cada vez mais. Com isso, o acesso a livrarias e bibliotecas a alguns bairros ficou um tanto difícil, o que até desanima um pouco. Mas isso tem mudado de uma maneira tão impressionante, que qualquer novo local onde a leitura seja propagada recebe uma atenção muito importante do público de todos os lugares.
Nos últimos dias, recebi a notícia de que a Ler, uma rede de livrarias, abriria uma loja no North Shopping Jóquei, aqui em Fortaleza. Fiquei superanimado, porque já conhecia o trabalho deles, visto que tinham uma filial no Iandê Shopping, em Caucaia, que eu visitava de vez em quando.
A inauguração foi na última quarta-feira (12), e é claro que fui prestigiar. Foi um evento esplêndido!
Tinha música boa e muita gente legal, tanto trabalhando como comprando. Pessoas de todas as idades apreciando o espaço e os produtos da nova loja. Falando nisso, o lugar está mesmo lindo! Dois andares de livros e papelaria, com espaços para lazer e até mesmo tomar um belo café.
Vão conferir! A loja fica no primeiro andar do shopping, e tenho certeza que serão muito bem atendidos. Espero que tenham gostado da dica de hoje. Até a próxima!
P. S.: Tem foto de lá, sim! E eu tive a ajuda do Wesley Michael nessa parte também.














quarta-feira, 12 de agosto de 2015

#Crônica02 - O Quarto Dia


Foram três dias.
No primeiro, estava trancado no quarto, sem água e sem comida. Sem sol e sem luz alguma. Só escuridão e desalento. Devaneios. Pensamentos dispersos. Desespero. Fora jogado por dois homens que vestiam terno. Os dois eram morenos, altos e fortes. Não protestei nem esperneei. Apenas deixei que me levassem. Assumia toda a culpa daquilo, e nada a revogaria de mim. A não ser que, por um milagre, eu morresse bem antes, dormindo, até. Mas isso não aconteceria. E eu dormi.
No segundo dia, a ficha do que ia acontecer pareceu cair. O desespero emergiu sem dó nem piedade. A angústia, a fome, a sede. Tudo era gritos e choro. Acho que os “guardas” já não aguentavam mais de dor de cabeça e fizeram a maior comemoração quanto me calei. Estava arrependido. Deveria ter arrumado dinheiro de algum jeito para pagar aquela dívida. Bem que Izolda havia dito: “não se mete com traficante, Luiz. Tu ainda vai se ferrar todo”. E lá estava eu, me ferrando todo mesmo.
Terceiro dia: desmaios. Um atrás do outro. Como não tinha muita lucidez, devo ter perdido as contas no quarto ou quinto só pela manhã. Não me mexia. Não me sentia. E tudo o que via era escuridão. Ninguém nem chegava perto da porta para olhar minha cara, encarar meus olhos cansados, meu estômago dolorido e meus pés e mãos sujos de sangue. Do meu sangue. E no final da tarde ─ tudo o que fazia, ali dentro, era contar o tempo ─, desmaiei para definitivamente acordar em um lugar que não aquele.
Depois desses três dias, eles abriram a porta. E eu teria ouvido todos aqueles tiros, se eles não tivessem estourado minha cabeça inteira.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

#Crônica01 - Amor Armado


Eu o conheci num domingo. Era perfeito. Era lindo. Era forte. Era alto. Era, mais uma vez, perfeito. E, veja, quando digo “lindo”, não falo só de beleza física. Ele era lindo, por fora e por “dentro”. De fato, eu poderia tê-lo visto mais vezes, depois daquilo. Poderia tê-lo procurado, saído, conversado, confessado o que sentia. Minha insegurança é que não me permitia, não me deixava ser tão idiota a ponto de tal coisa. Eu havia visto, havia notado algo mais que sua ausência de imperfeição: a arma.
Não era branca. Era de fogo. E mesmo que eu visse apenas sua coronha, sabia o que era. Já havia mantido contato direto com algo do tipo. Tudo o que eu mais queria, depois daquilo, era distância dele. Não queria saber o que ele era ou o que fazia com aquilo preso à cintura, mas queria distância. Seguia os ensinamentos de minha mãe: “um homem com uma arma nunca é um homem bom”. Confiava nisso.
O lugar: uma praça. Aberta. Livre. Pessoas caminhando de um lado para o outro. Estava eu num banco, lendo um livro, quando seu perfume atrapalhou minha leitura mesmo antes de ele passar. Era um cheiro doce. Forte. Distraí-me. Olhei-o. E, como já disse, era lindo. Vinha recitando poesia, um verso simples e que eu, conhecendo poesia como conhecia, não reconhecia:
Os passos que o amor dá
são os mesmos passos da morte:
acredita quem quer ver;
vive quem tem sorte.
Os passos que a morte dá
são os mesmos passos do amor:
ou vive sem respirar
ou perde a vida em dor.
E, naquele momento, sua beleza saiu. Foi-se embora. Ela se foi. Junto com a arma que se foi de seu cós. Junto com a bala que se foi de seu revólver. O estampido seco que, mais tarde, descobri a quem matara: uma moça, tão linda quanto ele. Tão exuberante e tão inteligente quanto ele.
De repente, sua poesia fazia sentido. De repente, sua beleza já não fazia mais algum. De repente, as armas que o amor dispõe foram expostas demais, a ponto de deixar em minha mente uma trava tão forte que não me permitiu erguer daquele lugar. Fiquei ali. Ele guardou a arma, sentou-se ao meu lado e perguntou meu nome.
Eu tremia. Não queria dizer, e não disse. Ele não me obrigou. Mas a tensão era visível. Ele tinha acabado de matá-la. Como eu deveria ficar? Ele tinha olhos azuis, cabelos loiros, corpo bem definido, ares de quem lia poesia ─ e escrevia também.
Perguntei-lhe se era poeta.
Ele disse que sim. E que aquele fora seu primeiro poema, criado anos antes do então presente fato. Mas o que mais me mexia era o que ele me pedia:
Chame a polícia... antes que eu decida escrever mais um poema de amor.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

#review08 - "Pó de Lua - para diminuir a gravidade das coisas", de Clarice Freire

Converse com a lua

Sinopse - Em 2011, discretamente, a publicitária Clarice Freire criou no Facebook uma página para reunir seus escritos e desenhos. Batizou-a como 'Pó de Lua', sua receita infalível 'para tirar a gravidade das coisas'. Desde então, ela vem conquistando uma legião de fãs fiéis e engajados, que se encantaram com a delicadeza de seus pensamentos, seu humor sutil e o traço despretensioso, que combina desenho e até fragmentos de palavras. Entre eles, estão personalidades como a atriz Grazi Massafera e a apresentadora Ticiane Pinheiro. Da internet para as páginas de um livro, foi mais um salto para a jovem autora recifense. Ela surpreende seus admiradores com uma proposta diferente. Pó de lua, o livro, tem o formato de um dos cadernos moleskine em que Clarice exercita sua criatividade. Inspirada pelas quatro fases da lua - minguante, nova, crescente e cheia - ela trata em frases concisas e certeiras de sentimentos como a saudade, o medo, a paixão e a alegria, sempre em sua caligrafia característica, ilustradas com muitos desenhos.
Todo mundo já teve algum momento da vida em que olhou para a lua e disse: “Queria ser leve que nem você, que está sempre a ver a Terra e refletir o Sol, flutuando na gravidade inexistente do espaço”. O.k., sei que é meio louco da minha parte afirmar isso, mas você já conversou com a lua, mesmo que por pensamento, que eu sei. Não preciso ser médium para isso. E garanto: depois desse livro, tudo vai ficar mais leve, mais sutil, e você pode até ver a lua sorrir de vez em quando.
Clarice é pernambucana, lá de Recife. Toda poesia, ela começou a postar seus desenhos escritos e palavras desenhadas em seu blog, que carrega o mesmo título do livro, e, compartilhando nas redes sociais, conseguiu um acesso ainda maior, extremamente poderoso, pode-se dizer, de tantos leitores que Pó de Lua – para diminuir a gravidadedas coisas virou um livro.
Publicado pela editora Intrínseca em 2014, os rabiscos vivos de Clarice ganharam o Brasil numa viagem mágica pela mente das pessoas, bem mais do que só nas redes sociais. Afinal, que leitor não gosta de ter um livro à mão?
Confesso que, quando peguei o livro, minha mãe disse: “tu não tem vergonha de ler isso? Tu acaba isso em um dia!”. Bom, foram dois dias, mas nunca me senti tão bem depois de um livro. Outra confissão: em mim, Pó de Lua teve um efeito mais relaxante que os livros de colorir. Não que eles não sejam bons, legais, lindos e fofos, mas ver as cores e os amores desse livro superam, na minha opinião, qualquer coisa que esteja por ser colorida.
E isso explica aquele comentário anterior: conversar com a lua não faz mal algum. Acho que, para quem gosta de viajar para o mundo dos sonhos de vez em quando, como eu, trocar uma ideia com o espelho do sol aqui e acolá faz um bem danado!
Para quem gosta de poesia desenhada, superindico Pó de Lua. Para quem não gosta, bom... Até a próxima resenha pessoal!

Autora - Publicitária, compositora e autora são só alguns dos atributos dessa Pernambucana nascida em 1988, que alcançou rapidamente o sucesso e conquistou mais de um milhão de fãs no Facebook. Desde muito cedo aprendeu a usar as palavras para acalmar suas inquietações e cresceu admirando os desenhos em lápis de cor da mãe, Lúcia, e os versos do pai, Wilson. Uma noite, ouviu falar que a lua era bela porque, mesmo sendo só areia, deixava refletir a luz de outro, e por isso as noites não são escuras. Daí veio a inspiração para o nome de seu blog, Pó de Lua. Hoje, com um livro publicado e uma coluna no blog da Intrínseca, Clarice está só começando a diminuir a gravidade das coisas e aumentar a poesia nos corações de milhares de leitores.